Quinta-feira, 01.08.13

 

Via o portugal dos pequeninos, de João Gonçalves chegamos a esta pérolo do humor que, aparentemente, circula pelo Palácio das Necessidades.

 

Classy, não?



Publicado por Bernardo Hourmat às 09:30 | link do post | comentar

Quarta-feira, 03.07.13

 

Ir ao Youtube repescar o clip do Pinheiro de Azevedo a dizer que não gosta de ser sequestrado sempre foi uma coisa que me fez rir. Há, em toda aquela troca de galhardetes entre o Almirante e o jornalista, um grau de surrealismo que é bastante representativo daquele período. Ultimamente, já não é preciso ir ao Youtube. Basta lermos as notícias e é fácil ficar com uma ideia de até que ponto é que o país parece envolvido num manto de permanente demência. A "comunicação ao país" de ontem parece, assim, um sketch inserido numa temporada sem graça dos Gato Fedorento.

 

Hoje à noite, é a vez do stand-up de Paulo Portas, o que não augura nada de bom. Nos próximos dias, não vão faltar novos “momentos” que, daqui a umas décadas vão ser vistos pelos Portugueses da altura (caso ainda os haja), a revirarem os olhos ante o desfilar de horrores dos nossos governantes.

 

Ontem, as piadas/comentários/farpas foram mais que muitas, por entre blogs e Facebooks, incluindo aquelas feitas por mim e que, do meu ponto de vista, servem de escape. São uma tentativa desesperada de tentar rir um pouco de uma situação que, realisticamente, não tem graça absolutamente nenhuma.

 

Estamos condenados a esta corte de luminárias, de pseudo-elites que circulam acima de nós, entre cargos governativos, consultorias e direcções de empresas das mais variadas áreas. Pelo facto de coexistirem num universo só deles, parece que grande parte da sua intervenção pública (especialmente no desempenho de cargos políticos) é, paradoxalmente, influenciada menos e menos pelo impacto das suas acções em relação ao país que pretendem governar. Agora era a parte em que uma alternativa qualquer seria apresentada para fazer face a este status quo. Mas, realisticamente, que alternativas poderão ser apontadas?

 

Como é que um sistema já tão consolidado pode, de facto, apresentar alternativas novas, inovadoras, que sejam mais do que frases feitas ou slogans que ficam sempre bem em manifestações ou congressos, mas que de capacidade de implementação têm pouco.

Parece que estamos destinados a ouvir sempre os mesmos, a ver sempre as mesmas caras, que apenas se revezam entre si, consoante estão no poder ou esperam que o poder lhes caia de novo ao colo.

 

Depois do Verão, ou só em 2015, não se perspectiva nada de especialmente encorajador…



Publicado por Bernardo Hourmat às 16:36 | link do post | comentar

Quinta-feira, 20.06.13

Fonte: Público (ed. online)

 

A recente greve dos professores que afectou a realização do exame nacional de Português para cerca de 1/3 dos candidatos inscritos tem dado ainda bastante que falar, sendo que o principal elemento que tem sido destacado é, essencialmente a do conflito entre o direito à greve dos professores e o direito dos alunos em fazerem exame na data que estava prevista. Pelo meio fomos assistindo a um Ministro da Educação numa estrondosa demonstração demonstração de inabilidade política e de "sentido de Estado" face aos inconvenientes que uma greve iria, inevitavelmente, aos alunos.

 

Confesso que o argumento de um suposto "abuso" do direito à greve por parte dos professores não pega. A greve, (in)felizmente, serve para precisamente causar o máximo de incómodo ou de instabilidade. De certa forma, poderemos sim argumentar se as acções de luta não devem tentar trazer o "incómodo" para junto daqueles que, de facto, têm um papel na actual situação contra a qual se pretende lutar. Daí que, por exemplo, as greves levadas a cabo pelos trabalhadores das empresas de transportes (CP, Carris, etc.) possam parecer, numa análise mais detalhada, uma benesse para a própria entidade empregadora que se vê na situação de não ter de pagar o dia aos seus trabalhadores, verificar um custo reduzido da sua infraestrutura para esse dia (os autocarros não andam, os comboios não circulam, as bilheteiras não funcionam), mas tendo já garantido uma entrada substancial de capital na forma dos passes sociais adquiridos por grande parte dos utilizadores, ao inicio do mês, os mesmos que serão os mais afectados pelas paralisações.

 

No entanto, no que diz respeito aos Professores não é, porventura, tão fácil "inventar" formas alternativas de protesto às manifestações e greves no sentido tradicional do termo. Tendo em conta as próprias estruturas sindicais que integram a maioria das classes profissionais que mais acções de protesto têm promovido, a ideia de "inovação sindical" por assim dizer não ocupará um lugar cimeiro na lista de preocupações dos dirigentes sindicais. Nesse sentido, se é possível criticar um certo "anquilosamento" de alguns dirigentes e de algumas das actuais estruturas sindicais perante a possibilidade de se equacionarem novas formas de luta e de protesto, a realidade é que o recurso há greve continua a ser uma delas, legalmente enquadrada e (ainda) constitucionalmente garantida. Daí que seja preocupante as sucessivas tentativas de, mais do que discutir e debater os motivos que levam certas classes profissionais a recorrer a este instrumento, se entre frequentemente numa discussão que visa retirar em última instância o recurso à greve como ferramenta válida de contestação uma vez que este será sempre uma fonte de "incómodo", de "instabilidade" e, portanto, usado "abusivamente".

 

Nesta linha de raciocínio, a recente notícia da "pergunta" feita por deputados do PSD acerca dos "custos" do sindicalismo para o Estado, seja uma pergunta que partindo de uma suposta "preocupação" face ao período díficil que o país atravessa pode também ser o ponto de partida para um caminho bastante tortuoso acerca do que será legítimo (ou não) ser suportado pelos contribuintes. Isto porque, desse ponto de vista, toda uma série de outras questões passam a ser também passíveis de uma discussão mais aprofundada, a bem da Nação, claro. Desde logo os valores das transferências do Orçamento de Estado para os Partidos. Ou a forma como as próprias Juventudes Partidárias são financiadas. Ou os gastos incurridos pelas diferentes fundações e institutos do Estado (matéria que já há bastante tempo que despareceu do radar).

 

No fundo, tudo aquilo que nos têm dito repetidas vezes que face aos nossos actuais problemas, são "migalhas" e que não é por aí que se resolvem os problemas do país.

 

Pelos vistos, parece que afinal já é assunto passível de discussão.

 



Publicado por Bernardo Hourmat às 09:24 | link do post | comentar

Quarta-feira, 03.04.13

“Conheci-o através do YouTube, convidei-o para almoçar e disse-lhe que ele podia ser o rosto deste programa”

 

Foi, aparentemente, assim que Miguel Relvas apresentou a mais recente contratação da época para dar a cara pelo Programa Impulso Jovem do Governo.

 

Antes de mais, um ponto prévio. O post debruça-se essencialmente sobre a atitude, neste caso, do nosso caro Ministro e na forma como o Miguel (o do Youtube) consegue dizer muita coisa e com um ar bestialmente entendido, dizendo no fundo coisa nenhuma. Neste sentido, não estou propriamente a embirrar com o Programa Impulso Jovem que, pelos vistos, até está a ser uma "porta" para muita gente.

 

Neste caso é Miguel Gonçalves, um "criativo" cheio de vontade de empreender, fundador de uma "empresa de criatividade especializada na criação de soluções de comunicação interna". Parafraseando a personagem dos Simpson, Troy Macclure, podem lembrar-se dele pela sua "TedTalk" e pela sua intervenção no Prós e Contras.

 

Pela notícia, ficamos a saber que o Miguel (ou "o embaixador", como o Público lhe chama) nunca enviou um currículo para lado nenhum. Por isso, sinceramente, deixem-se disso para responder a anúncios. Aliás, por essa lógica, devemos começar a pensar seriamente se um anúncio que diga "envie CV e carta de motivação para endereço tal e tal" valerá sequer a pena ser respondido.

 

O que é que os "jovens" devem então fazer? Não sei, porque o Miguel aí não elaborou. Mas provavelmente, será qualquer coisa "proactiva", "empreendedora" e com pipocas. Isto, porque recorrendo a mais uma das máximas do Miguel:

 

"Amigo, se tu com 20 anos não consegues arranjar 100 euros por mês para pagar os estudos, então vais ter muitos problemas na vida, porque até a vender pipocas se arranja cem euros por mês."

 

Pois é. Simples, não é? Realmente, somos mesmo um país de gente "sem visão", de "encostados" e de "instalados". Felizmente temos o Miguel e o Miguel (já viram a coincidência) que estão cá para nos tirar da cepa torta.

 

Por isso, vamos lá tratar de apagar esses CVs, mandar ao ar as cartas de motivação e os suplementos de emprego e tratar de fazer um vídeo no Youtube.

 

Vai ser só uma questão de dias até um dos Miguéis te deitar a mão.



Publicado por Bernardo Hourmat às 09:22 | link do post | comentar

Terça-feira, 02.04.13

Pelo i online, fiquei a saber que "Os Estados Unidos mobilizaram o navio destruidor USS Fitzgerald para a costa sudoeste da Coreia do Sul"

 

A sério? "Navio destruidor"?

 

Que raio, até a Wikipedia é mais fiável. E mesmo quando estão a fazer o copy-paste, não acham que aquilo soa meio esquisito?

 



Publicado por Bernardo Hourmat às 10:53 | link do post | comentar

Well, I'm back.



Publicado por Bernardo Hourmat às 10:41 | link do post | comentar

Quinta-feira, 15.11.12

Há qualquer coisa curiosa na forma como alguns jornais (e aqui leia-se o Públic) fazem a cobertura jornalística de certos assuntos, nomeadamente do que acontece na zona do Médio-Oriente e, mais concretamente, entre Israel e Palestinianos.

 

Não tenho por hábito partilhar a ideia de que haja, necessariamente, uma tendência dos media em retratar Israel como um vilão ou como o actor agressor em certas situações (que o é, muitas vezes). Por outro lado, o desenrolar dos mais recentes acontecimentos na Faixa de Gaza deixou-me curioso.

 

Ao longo da semana passada e durante o último fim-de-semana, o Sul de Israel tem sido sistematicamente atingido por centenas (literalmente) de rockets lançados de vários pontos no interior da Faixa de Gaza. Até hoje de manhã, os danos tinham sido principalmente materiais, muito embora a situação leve a que a região sul fique praticamente em estado de emergência.

No entanto, segundo as últimas noticias morreram hoje três israelitas.

 

O que é curioso é a completa e total falta de notícias no site do Público durante a semana que passou sobre os continuados ataques (são ataques, independentemente da questão das vítimas) vindos de Gaza. Não obstante, ontem à tarde a notícia da nova operação das Forças Armadas israelitas era anunciada em destaque.

 

De notar que a semana passada apenas representou o culminar de uma estratégia por parte dos grupos militantes palestinianos instalados em Gaza e que os ataques com rockets já têm vindo a ocorrer de forma regular há meses.

 

O que torna esta cobertura jornalística fraca (no mínimo) é a forma como continuamos a retratar um conflito de forma perfeitamente descontextualizada, sem um mínimo de análise crítica ou, pelo menos, sem que haja sequer uma tentativa de o fazer.

Ficamos limitados à lógica da barricada, estilo Prós e Contras, onde de um lado temos o "gigante israelita" e do outro o "palestiniano com a pedra na mão".

 

Espero poder perder mais alguns posts com este tema, durante os próximos dias.



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Quinta-feira, 27.09.12

O título é "roubado" da crónica de hoje, no DN online, de Manuel Maria Carrilho. A dita está muito bem escrita e apresenta um diagnóstico que é certeiro e que só peca por já andar a ser feito, ciclicamente, há muito tempo por comentadores/colunistas/analistas.

 

O problema não é tanto o "pensar o Mundo". Infelizmente, é verdade que por cá é um tipo de exercício raramente feito, especialmente durante períodos de crise económica e social, quando pouca gente acha que uma questão como os arremessos de secessão da Catalunha seja relevante para Portugal ou o que é que foi dito durante as sessões da Ass. Geral da ONU que decorrem esta semana.

 

Em relação à Catalunha, por exemplo, a coluna de Ferreira Fernandes de ontem foi na mouche:

 

Ela é tal a sucessão de crises que nem damos por esse facto enorme e de consequências incalculáveis que vai aqui ao lado. [...] O problema é Espanha, a amputada. Essa sabe o que perde. E nós, sabemos o que isso nos significa? O raio da dívida e do défice não nos deixam pensar em mais nada.

 

Já agora, o Bernardo Pires de Lima "pensa" regularmente o Mundo, na sua coluna também no DN, por isso...Fica a nota.

 

Mas voltando a Carrilho e à parte do "Repensar Portugal". O problema é que a parte do repensar Portugal ficou deixada para o fim (irónico, não?) e, por isso mesmo, quando queremos saber mais, o cronista já nos deixou pendurados. Passando-lhe a palavra:

 

Pensar o mundo é também o que Portugal precisa de fazer, se quisermos "dar a volta" aos seus problemas, de modo a que o futuro seja realmente diferente do passado. Portugal precisa de um novo projeto, ousado e realista, que não pode ser dirigido nem pelos lobbies habituais nem pelos cleptocratas do costume, que nos últimos anos atiraram Portugal para o indigenato europeu e para a irrelevância internacional.

 

Agora, depois do fiasco dos milagres do memorando e do fracasso das suas políticas, este projeto só pode ser concebido com Portugal de olhos postos na Europa e no mundo, valorizando a sério em termos estratégicos o nosso potencial, os nossos recursos naturais e humanos, apostando numa nova república. É essa, agora, a missão mais urgente: pensar o mundo, repensar Portugal.

 

Não constesto o valor do apelo, ou a sua sinceridade, mas em que é que isto se traduz?

 

Que "projecto ousado e realista" seria esse?

Que "nova república" seria essa?

 

O que é que isto quer dizer, concretamente?


Pode ser que volte ao assunto um destes dias...

 



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Terça-feira, 14.08.12

Pinto Monteiro vai questionar Governo sobre documentos de submarinos quando regressar de férias

 

 

Assim dá gosto!

 

 



Publicado por Bernardo Hourmat às 10:55 | link do post | comentar

Quarta-feira, 18.07.12

Não se percebe este país.

 

Quando se levantavam dúvidas sobre o modo como o nosso antigo 1º Ministro obteve a sua licenciatura, meio mundo gritava "perseguição política!" enquanto a outra metade o chamava "mentiroso" (para ser simpático).

 

Quando se levantam, hoje, dúvidas e questões sobre a forma como um dos nossos actuais Ministros viu ser reconhecida a sua experiência para se licenciar com um (espantoso!) 11 pela Universidade Lusófona, é ver as posições inverterem-se radicalmente (lembra aquele spot do Prós e Contras).

 

Quando um Bispo aparece a chamar um Governo inteiro de corruptos e "diabinhos", vemos agora muitos dos nossos opinadores que não raras vezes vemos a clamar contra a Igreja de cada vez que esta se lembrava de falar sobre preservativos e abortos a defender um Bispo. Do outro lado, quem anteriormente não se importava de ter a Igreja a opinar precisamente sobre preservativos e abortos, vem agora pedir respeitinho e pouco barulho sobre os assuntos "terrenos" da política.

 

E andamos nisto...Acho que já não dá sequer para achar piada.



Publicado por Bernardo Hourmat às 09:01 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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