Decididamente, toda a gente vai a Israel menos eu....
Ler as edições do Avante! constitui sempre, para mim, uma aventura. Regra geral, nunca se sabe muito bem o que se pode encontrar por entre as "notícias"/artigos/opiniões de quem por lá escreve.
A parte divertida costuma sempre surgir na secção internacional onde, não raras vezes, somos transportados para outros tempos (mais ou menos) distantes quando o Mundo era, até certo ponto, muito mais simples e onde as coisas eram sempre ou pretas ou brancas.
Por intermédio do Jugular, descobre-se esta encantadora prosa, escrita por Correia da Fonseca, na publicação online do Avante!:
Mas acontece que Suu Kyi é mulher e que para mais tem aquele arzinho fisicamente frágil que nos dá cuidados quando a imaginamos presa. É certo que na sua própria residência, que é capaz de ser mais confortável que a minha. Mas imagino que deve ser terrível para uma mulher, para mais senhora de boa disponibilidade financeira, não poder sair de casa para ir às compras no hipermercado mais próximo. Não sei, é claro, se há algum hipermercado nas proximidades da residência de Aung San Suu Kyi, mas é praticamente certo que o haverá em tempo próximo, quando a democracia por ela desejada chegar enfim a Mianmar, pois é também para isso, para a abundante instalação de hipermercados, que a democracia serve, também para isso foi reinventada.
Este é a parte que, de facto, importa dar o devido destaque, talvez pelo grau de saloíce que é possível encontrar em tão poucas linhas. A coisa é escrita na secção "TVisto" pelo que é suposto ser como que uma crítica televisiva (giro não é?). A dita continua numa espécie de 2º acto onde o autor discorre sobre a presente realidade nacional, lamentando-se por viver num país sem liberdade de expressão ou, pelo menos, num país com "censura com letra minúscula" como diz o próprio.
De certeza que o autor terá uma excelente justificação para texto tão pateta e até será uma pessoa séria e, porventura, com boas razões de queixa sobre o "estado a que isto chegou". Quem não as tem hoje em dia?
Por outro lado, ainda bem que o Sr. Correia da Fonseca pode sentar-se à frente do computador e fazer sair texto tão "divertido" para o jornal do seu Partido que, decerto concordará, muito lutou e se bateu para que a Censura (agora com maíuscula) seja agora uma memória.
Em antecipação da Cimeira da NATO que se realiza no próximo fim-de-semana, coube ao i a tarefa de realizar a reportagem da praxe em acontecimentos deste género, ou seja, aquela em que os repórteres mostram como é possível contornar certas medidas de segurança implementadas (desde ontem) e, na prática, construir bombas caseiras, bem como arranjar o material necessário para partir umas coisas e, no geral, chatear as forças de segurança que estarão no local.
No entanto parece-me que, enquanto alguém que apenas se interessa sobre estas questões e não tem qualquer pretensão de saber os pormenores logísticos e organizativos de algo com a envergadura desta cimeira, não deverão ser tiradas grandes conclusões acerca de aparentes falhas no dispositivo de segurança para a Cimeira. Sim, o Continente do CC Vasco da Gama tem tudo o que é preciso para o "bombista amador" ou para o tipo que simplesmente quer ir tentar partir umas cabeças, mas à partida, é suposto que indivíduos que entram e saiam do CC Vasco da Gama propriamente dito sejam revistados pela PSP, ainda mais no caso de tentarem passar para o Parque das Nações.
Por outro lado, os dispositivos de segurança só conseguem ser geridos a uma escala mais "micro" até certo ponto, ou seja, isto para dizer que seria complicado (para não dizer impossível) condicionar a oferta de bens num hipermercado por muito próximo que esteja deste local. Por absurdo, imagino que existam "n" locais onde se possam comprar materiais potencialmente perigosos no raio envolvente da Sede da ONU em NY não deixando por isso o local de possuir um apertado dispositivo de segurança.
Isto tudo não serve para desvalorizar a reportagem feita. Apenas para dizer que não há dispositivo de segurança que consiga evitar que um pequeno (e nestes casos, muito pequeno) núcleo de indíviduos determinados e com muita certeza daquilo que pretendem fazer, de levar a cabo a acção que pretendam levar a cabo.
Não me parece que isto seja especialmente alarmista (ao contrário das recentes declarações do nosso MAI ou até de algumas do Presidente do OSCOT), mas apenas bom senso.
Parque das Nações sem problemas de trânsito apesar das restrições
Mas aquilo ainda não começou e já estavam à espera de confusão?
Credo...
Continuando a novela dos blindados para a Cimeira da NATO, nova actualização:
Portanto, os "blindados" são, na realidade, carros de "protecção balística"...E que já só irão corresponder a 1,2 milhões de euros (do cabaz de 5 milhões).
Em relação a estarem disponíveis para a cimeira, isso já nem se põe...Quando chegarem, nós já cá estamos.
Podemos perguntarmo-nos para que serviu exactamente o "Rally to Restore Sanity and/or Fear" encabeçado por Jon Stewart e Stephen Colbert, no passado dia 30. Foi um comício(?), um protesto(?), uma manifestação (?), um episódio do Daily Show alargado para uma tarde inteira?
Pelo vídeo acima, o próprio também não tem a certeza. Mas continuando a assistir aos (aprox.) 12min de "seriedade", acho que o apelo à sanidade feito pelo comediante é fundamental nos tempos que correm e, felizmente, que lhe pôde dar uma dimensão considerável graças à organização do "rally".
A Sanidade é, sem sombra de dúvidas, um bem cada vez mais escasso nestes últimos tempos...
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