Sexta-feira, 25 de Fevereiro de 2011

 

Acabou de chegar o "i" aqui ao trabalho e fico a saber que "A Pipoca mais doce" é, não só um blog, mas "o blog mais lido de Portugal" e dou-me conta da minha ignorância blogosférica. Acho que é o que dá fazer a ronda pelos mesmos, todos os dias pela manhã, antes de começar o trabalhinho.

Realmente já me tinha perguntado que raio era um CD que andava a ser alardeado na televisão com aquele nome apatetado...Agora já sei.

Mas passando os olhos pela entrevista, não me parece que me vá juntar aos 20.000 leitores diários...

 



Publicado por Bernardo Hourmat às 08:52 | link do post | comentar

Quinta-feira, 24 de Fevereiro de 2011

A julgar pelas sucessivas alocuções do amigo Khadafi, a Líbia é fértil em alucinogéneos e tão bom deve ser o negócio que, EUA e Al-Qaeda divertem-se a drogar alegremente a população libanesa numa estranha "parceria estratégica".

 

A droga deve ser bem especial porque aparentemente, quem a consome fica com súbitos desejos de derrubar tiranos e fazer cair regimes ditatoriais. Algo a patentear e depressa, a meu ver.

 

Entretanto, acho que nem o Fidel nem o Ortega enveredaram ainda por esta linha de raciocínio. Ainda mantêm a ideia original de que a culpa é dos Yanks.



Publicado por Bernardo Hourmat às 17:21 | link do post | comentar

 

Um artigo engraçado, no Público online de hoje sobre a continuada ausência de Governo no país das batatas fritas.

 

Não deixa de ser irónico que o centro "institucional" da UE esteja, presentemente, em auto-gestão sem que isso, aparentemente, faça grande mossa na imagem do país e no seu próprio funcionamento do dia-a-dia. Pelo menos aparentemente...

Também não se vê a Moodys ou outra agência financeira a ameaçar cortar ratings à Bélgica o que, ou diz muito sobre a forma como a estrutura governativa belga permite ao país manter-se estável, apesar de sem governo (passo o paradoxo) ou então simplesmente gostam mais de embirrar com os PIGS.

 

Ou então um bocadinho das duas coisas...



Publicado por Bernardo Hourmat às 09:41 | link do post | comentar

Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2011

Até é possível compreender a necessidade de Estados manterem relações com senhores de reputação menos desejável e de carácter (no mínimo) questionável, em nome de uma hipotética "razão de Estado" e de boas relações económico-financeiras.

No entanto, depois de tanto tempo em silêncio e já depois de umas certas declarações do nosso embaixador na Líbia que, pelo  menos para mim, me pareceram algo infelizes, o nosso MNE apenas tem isto a dizer:

 

Esperamos que as autoridades líbias tenham a consciência da gravidade dos actos que estão neste momento a ocorrer e possam conter a dinâmica de violência que se tem vindo a instalar, pondo em causa os interesses do país, designadamente no âmbito das suas relações com os países vizinhos árabes e europeus

 

Logo à partida, sabe a pouco. Olhando com mais atenção, a coisa não soa nada bem já que algumas centenas de mortos são reduzidos a uma "dinâmica de violência" que (supremo aborrecimento!) vem por em causa os interesses nacionais libaneses e as suas relações com a Europa e a sua vizinhança mais próxima.

 

Que raio, quando até o Conselho de Segurança (orgão do qual presentemente fazemos parte, depois de uma boa cartada diplomática da nossa parte) consegue expressar:

 

"séria preocupação" com a situação, a declaração condena "a violência e o uso de força contra civis, deplora a repressão contra manifestantes pacíficos e lamenta profundamente a morte de centenas de civis".

 

Falar em "diplomês" é essencial para a boa convivência entre estados e cuidado e ponderação devem ser dois elementos a ter em conta em quaisquer declarações públicas por parte dos Negócios Estrangeiros mas, uma vez por outra, um bocadinho mais de finca pé vinha mais a calhar.

 


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Publicado por Bernardo Hourmat às 09:15 | link do post | comentar

Terça-feira, 22 de Fevereiro de 2011

A notícia vem no i:

 

 

A nova versão do original escrito pelo italiano Carlo Collodi será mais negra do que o conto de fadas adocicado da Disney, ao mesmo tempo que respeita com maior fidelidade as intenções do primeiro autor. "Pinóquio", de 1883, era mais do que uma história para crianças: funcionava como espelho de uma Itália triste e pobre no final do século XIX. A equipa de feiticeiros lúgubres que retoma "Pinóquio" vai retratar esse mesmo ambiente numa grande produção animada através da técnica de stop motion - uma imagem de cada vez, como em "Noiva Cadáver", de Tim Burton ou, mais recentemente, "O Fantástico Senhor Raposo", de Wes Anderson.

 

A base são os desenhos de Grimly e um guião reescrito pelo próprio Del Toro. Primeira grande novidade: o nariz do boneco cresce apenas duas vezes durante toda a história. Segunda: a fada madrinha não é uma senhora encantadora mas o fantasma de uma criança morta.

Del Toro vai produzir o filme que será todo ele filmado e montado (isto é, montado de montar, como com os Legos) na Jim Henson Company.

Nick Cave foi o último a entrar nesta equação com o propósito de defender as intenções de Grimly, o ilustrador que aqui se vai sentar na cadeira de realizador: "Fazer um conto de fadas obscuro", contou o ilustrador que acredita que "também as crianças gostam de ser assustadas".

O resultado deste emparelhamento de artistas com um lado negro bastante exposto pode não ser para toda a família - "é um filme macabro e perigoso como devem ser os contos de fadas", disse Grimly - mas também é verdade que esta deve ser a reprodução mais fiel da história de Collodi até agora. Pinóquio endurece, 127 anos depois.

O raio do boneco até tem piada:

 
 



Publicado por Bernardo Hourmat às 11:34 | link do post | comentar

É interessante seguir os desenvolvimentos na Líbia, tal como nos outros países que se encontram a braços cada um com as suas "revoluções". No entanto, o desenrolar dos acontecimentos no "reino" de Khadafi mostra bem as diferenças que existem, país a país, naquilo que se convenciona chamar o "Médio-Oriente".

De facto, o grau de mortandade que nos últimos dias tem passado para o lado de cá mostra bem o nível de demência do regime líbio(as declarações do General ainda ontem, saindo de uma pileca com quatro rodas e, basicamente, a dizer que ainda lá estava e que estava a chover são dignas de uma qualquer realidade alternativa) e a dificuldade que qualquer manifestação terá em correr com o senhor.

Por outro lado, chamou-me a atenção um post de Marc Lynch, num dos blogs da Foreign Policy, defendendo uma forma mais "musculada" de intervir na Líbia para lá do "por favor não bombardeiem mais" da ONU de Ban Ki-Moon. Importa aqui citar:

 

By acting, I mean a response sufficiently forceful and direct to deter or prevent the Libyan regime from using its military resources to butcher its opponents. I have already seen reports that NATO has sternly warned Libya against further violence against its people. Making that credible could mean the declaration and enforcement of a no-fly zone over Libya, presumably by NATO, to prevent the use of military aircraft against the protestors. It could also mean a clear declaration that members of the regime and military will be held individually responsible for any future deaths. The U.S. should call for an urgent, immediate Security Council meeting and push for a strong resolution condeming Libya's use of violence and authorizing targeted sanctions against the regime. Such steps could stand a chance of reversing the course of a rapidly deteriorating situation. An effective international response could not only save many Libyan lives, it might also send a powerful warning to other Arab leaders who might contemplate following suit against their own protest movements.

 

 

Há, de facto, um Estado da "Comunidade Internacional", membro das Nações Unidas que está, de forma premeditada, a mandar matar os seus próprios cidadãos. Para um "internacionalista", haveria motivos de sobra para a comunidade internacional actuar. As perguntas começam a seguir:

 

 

1. Como intervir? Com força armada? Embargos?

 

2. E quem deve intervir? A ONU? A NATO? A União Africana?

 

3. No que diz respeito à ONU e o seu CS, o que dizem a Rússia e a China? Que tipo de posição deixariam, ambos, o CS tomar?

 

4. Valerá a pena, ou melhor, os líbios ganharão algo com uma eventual intervenção?

 

5. Atendendo ao lugar que a Líbia ocupa em termos de exportação de petróleo (volta-se sempre à vaca fria, não é?) e sendo a Europa o seu principal comprador, poderia esta desenvolver alguma posição mais musculada?

 

São só alguns apontamentos...No tempo que aqui estive a escrevinhar isto até bem que podiam já ter corrido com o maluco mas, infelizmente, não deve ter sido o caso.


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Publicado por Bernardo Hourmat às 09:32 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Terça-feira, 15 de Fevereiro de 2011

Já dou de barato (tal é o estado a que isto chegou) que um Partido que tem pautado a grande parte da sua actividade política em, entre outras coisas, apontar o dedo a tudo o que mexe (mas especialmente "a direita") de tudo desde irresponsabilidade, falta de sentido de estado e outros tantos mimos a que já nos habituámos ouvir da classe política.

 

Uma moção de censura, portanto, apresentada com um mês de antecedência para, claro, poder ser amplamente discutida em todo o lado menos onde é suposto (aquele sítio em S. Bento...) durante esse tempo todo e tudo porque, provavelmente, o Francisco Louçã se levantou e perguntou ao espelho lá de casa "Espelho meu, Espelho meu haverá alguém mais à Esquerda do que eu" ao qual o pobre lhe terá dito que só o Camarada Jerónimo porque andava a ver se cozinhava uma Moçãozinha dele. Assim, o Francisquinho lá avançou destemido com o "pré-aviso".

 

Curiosamente, é um exercício que os próprios já vieram a público dizer que é apenas uma chalaça, uma vez que no caso de ser aprovada, com o apoio da Direita (aqui falta aquele relinchar de cavalos e trovões do Young Frankenstein) esta, nas palavras do líder parlamentar bloquista, "cairá no rídiculo"...

 

É por isso que não deixa de ser bastante cómico (para não dizer extraordinariamente deprimente) ler hoje no Público as declarações de João Semedo após saber-se que o CDS-PP se vai abster desta votação:

 

“Paulo Portas tem-se vangloriado de ter sido o primeiro a dizer ‘saia’ ao primeiro-ministro. Ficamos a saber que é o primeiro a dizer ‘fique’ ”

 

 

Pois é, no Bloco o pessoal é todo sério e ninguém se mete em manobras políticas rasteirinhas como o resto das crianças do Infantário de São Bento...



Publicado por Bernardo Hourmat às 14:58 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2011

 

 

No final de Janeiro fui até Bruxelas em trabalho.

 

Não me considero nenhum "habitué" de aeroportos mas nos últimos dois anos tenho tido necessidade de passar cada vez mais tempo nos ditos, mais até do que gostaria (viajar em trabalho é das coisas mais deprimentes que podem ser feitas e rapidamente anulam o "huuu para onde é que vou desta vez" que podia haver no ínicio).

 

Nesta última viagem pude confirmar algo que já tinha notado noutros "regressos" e que é a excelente tradição "tuga" de criarem uma gigantesca fila a serpentear por entre as cadeiras de espera junto às portas de embarque, pelo menos meia hora antes da hora marcada para o começo do dito. E não é como se tivessem começado a chamar os VIPs ou a malta com "speedy boarding" ou la como se chama o equivalente para a TAP (neste caso), nada disso...A malta chega e planta-se atrás do último asno que está em pé e por ali fica com aquele ar triunfante...

 

Que raio, não é como se quando chamam para embarque, tenha tudo que sair disparado a correrem uns por cima dos outros, manga abaixo, porque não há lugares suficientes para todos...

 

Enfim, o que é que isto interessa? Nada de especial...mas estava aqui a organizar alguns documentos dessa viagem e lembrei-me disto outra vez...

 

 



Publicado por Bernardo Hourmat às 10:18 | link do post | comentar

Sexta-feira, 11 de Fevereiro de 2011

 

  

Bem, pelos vistos, parece que o senhor se foi embora...

 

 

 



Publicado por Bernardo Hourmat às 16:57 | link do post | comentar

Quinta-feira, 10 de Fevereiro de 2011

O país (sur)real.

 

Infelizmente, acho que merece a notícia copiada por inteiro. Os destaques são meus.

 

O cadáver de uma mulher foi encontrado nove anos depois desta ter morrido no apartamento em que vivia sozinha, em Rio de Mouro. O seu desaparecimento foi participado mas ninguém investigou.

 

Não fossem as Finanças e provavelmente ainda não se saberia. Que o cadáver de Augusta Duarte Martinho jazia há nove anos no chão da cozinha do apartamento em que vivia, na Rinchoa, em Rio de Mouro.

Mas havia uma dívida por liquidar e a ordem de execução de uma penhora.

Eram quase 17 horas de ontem quando uma agente da PSP da 89ª esquadra foi chamada para auxiliar à penhora de um apartamento na Praceta das Amoreiras. A casa já tinha sido vendida em leilão. No local estava, além da polícia, um funcionário das Finanças, a nova proprietária do apartamento que o ía visitar pela primeira vez e um serralheiro com a incumbência de arrombar a porta e colocar uma nova fechadura, procedimento banal neste tipo de situações.

Mas ao contrário do esperado, a porta não abriu totalmente. Havia uma corrente de segurança que o impedia. E chaves ferrugentas na fechadura. Surpresa. Seguida da suspeição de que algo de errado se passava.

No chão da cozinha do apartamento, encontraram o corpo em avançado estado de decomposição de Augusta Duarte Martinho que, no próximo sábado, completaria 96 anos. Os seus animais de estimação, um cão e dois pássaros estavam também mortos na varanda.

De concreto, sabe-se apenas que há muitos anos que Augusta Martinho deixou de ser vista e que a última vez que pagou o condomínio foi em Agosto de 2002, há nove anos.

O prédio onde vivia há cerca de 30 anos, tem cinco andares com três apartamentos cada, todos habitados. Mas apenas uma das vizinhas do primeiro andar, Aida Martins, se relacionava com Augusta Martinho. “Ela vivia só, não se lhe conhecia família e não se relacionava facilmente”, diz, em declarações ao PÚBLICO.

Foi a caixa de correio cheia que lhe chamou a atenção, conta. Mas cartas, só havia da Segurança Social com os vales da sua pensão. “Só sabia que era reformada, ela nunca me disse qual era a sua profissão mas disseram-me que parece que era educadora de infância”.

Como a vizinha não aparecia, Aida Martins decidiu participar o seu desaparecimento à GNR. O processo ficou com o registo 2274/2002 e NUIPC 1086/07.2 TQSNT. “Disseram-me que não podiam chegar e abrir a porta”, diz Aida Martins. Que ela saiba, “nada foi feito” para investigar o paradeiro de Augusta Martinho.

“Dei um exemplo de cidadania, fiz o que estava ao meu alcance, aqui ninguém se interessou”.

Aida Martins resolveu então procurar alguém da família da vizinha. E conseguiu encontrar cinco sobrinhos que não se davam com a tia e um primo, Armando Gaspar de 84 anos. “Acompanhava-a sempre, às compras e ao médico”, diz ao PÚBLICO. E conta que a última vez que a viu foi antes de uma viagem até à Beira Alta onde tem uma casa. “Quando voltei fui lá a casa, fartei-me de tocar mas ela não abriu, nunca mais respondeu”.

Resolveu então participar o caso à PSP. O auto de denúncia tem o número 2274/2002. Mas era preciso ordem do tribunal para abrir a porta do apartamento, explicaram-lhe. Por isso, ele resolveu dar notícia do desaparecimento ao tribunal de Sintra, conta. “Fui lá 13 vezes, ainda a semana passada por lá passei. Nunca consegui autorização para arrombar a porta”, afirma.

Também Laurinda Cardoso, vizinha do terceiro frente, estranhando a ausência de Augusta Martinho decidiu participar o seu desaparecimento à Polícia Judiciária. “Ainda cá vieram e telefonaram para cá uma duas vezes, perguntando se a senhora já tinha aparecido, mas mais nada”, diz.

Passaram nove anos. No chão da cozinha. Ninguém se interessou. Ninguém investigou.

 

Os jornalistas rondam o prédio cinzento dos subúrbios. Há algumas câmaras apontadas para a janela fechada do apartamento onde Augusta Martinho morreu. Uma moradora atravessa a rua com um cão e protesta contra a presença dos repórteres: “Isto hoje uma pessoa não pode passar aqui, ó caraças”. E há outro homem que murmura: “Alguém que viveu tão só, nunca deve ter imaginado uma morte tão pública”

 



Publicado por Bernardo Hourmat às 09:34 | link do post | comentar

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