Acabou de chegar o "i" aqui ao trabalho e fico a saber que "A Pipoca mais doce" é, não só um blog, mas "o blog mais lido de Portugal" e dou-me conta da minha ignorância blogosférica. Acho que é o que dá fazer a ronda pelos mesmos, todos os dias pela manhã, antes de começar o trabalhinho.
Realmente já me tinha perguntado que raio era um CD que andava a ser alardeado na televisão com aquele nome apatetado...Agora já sei.
Mas passando os olhos pela entrevista, não me parece que me vá juntar aos 20.000 leitores diários...
A julgar pelas sucessivas alocuções do amigo Khadafi, a Líbia é fértil em alucinogéneos e tão bom deve ser o negócio que, EUA e Al-Qaeda divertem-se a drogar alegremente a população libanesa numa estranha "parceria estratégica".
A droga deve ser bem especial porque aparentemente, quem a consome fica com súbitos desejos de derrubar tiranos e fazer cair regimes ditatoriais. Algo a patentear e depressa, a meu ver.
Entretanto, acho que nem o Fidel nem o Ortega enveredaram ainda por esta linha de raciocínio. Ainda mantêm a ideia original de que a culpa é dos Yanks.
Um artigo engraçado, no Público online de hoje sobre a continuada ausência de Governo no país das batatas fritas.
Não deixa de ser irónico que o centro "institucional" da UE esteja, presentemente, em auto-gestão sem que isso, aparentemente, faça grande mossa na imagem do país e no seu próprio funcionamento do dia-a-dia. Pelo menos aparentemente...
Também não se vê a Moodys ou outra agência financeira a ameaçar cortar ratings à Bélgica o que, ou diz muito sobre a forma como a estrutura governativa belga permite ao país manter-se estável, apesar de sem governo (passo o paradoxo) ou então simplesmente gostam mais de embirrar com os PIGS.
Ou então um bocadinho das duas coisas...
Até é possível compreender a necessidade de Estados manterem relações com senhores de reputação menos desejável e de carácter (no mínimo) questionável, em nome de uma hipotética "razão de Estado" e de boas relações económico-financeiras.
No entanto, depois de tanto tempo em silêncio e já depois de umas certas declarações do nosso embaixador na Líbia que, pelo menos para mim, me pareceram algo infelizes, o nosso MNE apenas tem isto a dizer:
Logo à partida, sabe a pouco. Olhando com mais atenção, a coisa não soa nada bem já que algumas centenas de mortos são reduzidos a uma "dinâmica de violência" que (supremo aborrecimento!) vem por em causa os interesses nacionais libaneses e as suas relações com a Europa e a sua vizinhança mais próxima.
Que raio, quando até o Conselho de Segurança (orgão do qual presentemente fazemos parte, depois de uma boa cartada diplomática da nossa parte) consegue expressar:
Falar em "diplomês" é essencial para a boa convivência entre estados e cuidado e ponderação devem ser dois elementos a ter em conta em quaisquer declarações públicas por parte dos Negócios Estrangeiros mas, uma vez por outra, um bocadinho mais de finca pé vinha mais a calhar.
A notícia vem no i:
O raio do boneco até tem piada:
É interessante seguir os desenvolvimentos na Líbia, tal como nos outros países que se encontram a braços cada um com as suas "revoluções". No entanto, o desenrolar dos acontecimentos no "reino" de Khadafi mostra bem as diferenças que existem, país a país, naquilo que se convenciona chamar o "Médio-Oriente".
De facto, o grau de mortandade que nos últimos dias tem passado para o lado de cá mostra bem o nível de demência do regime líbio(as declarações do General ainda ontem, saindo de uma pileca com quatro rodas e, basicamente, a dizer que ainda lá estava e que estava a chover são dignas de uma qualquer realidade alternativa) e a dificuldade que qualquer manifestação terá em correr com o senhor.
Por outro lado, chamou-me a atenção um post de Marc Lynch, num dos blogs da Foreign Policy, defendendo uma forma mais "musculada" de intervir na Líbia para lá do "por favor não bombardeiem mais" da ONU de Ban Ki-Moon. Importa aqui citar:
Há, de facto, um Estado da "Comunidade Internacional", membro das Nações Unidas que está, de forma premeditada, a mandar matar os seus próprios cidadãos. Para um "internacionalista", haveria motivos de sobra para a comunidade internacional actuar. As perguntas começam a seguir:
1. Como intervir? Com força armada? Embargos?
2. E quem deve intervir? A ONU? A NATO? A União Africana?
3. No que diz respeito à ONU e o seu CS, o que dizem a Rússia e a China? Que tipo de posição deixariam, ambos, o CS tomar?
4. Valerá a pena, ou melhor, os líbios ganharão algo com uma eventual intervenção?
5. Atendendo ao lugar que a Líbia ocupa em termos de exportação de petróleo (volta-se sempre à vaca fria, não é?) e sendo a Europa o seu principal comprador, poderia esta desenvolver alguma posição mais musculada?
São só alguns apontamentos...No tempo que aqui estive a escrevinhar isto até bem que podiam já ter corrido com o maluco mas, infelizmente, não deve ter sido o caso.
Já dou de barato (tal é o estado a que isto chegou) que um Partido que tem pautado a grande parte da sua actividade política em, entre outras coisas, apontar o dedo a tudo o que mexe (mas especialmente "a direita") de tudo desde irresponsabilidade, falta de sentido de estado e outros tantos mimos a que já nos habituámos ouvir da classe política.
Uma moção de censura, portanto, apresentada com um mês de antecedência para, claro, poder ser amplamente discutida em todo o lado menos onde é suposto (aquele sítio em S. Bento...) durante esse tempo todo e tudo porque, provavelmente, o Francisco Louçã se levantou e perguntou ao espelho lá de casa "Espelho meu, Espelho meu haverá alguém mais à Esquerda do que eu" ao qual o pobre lhe terá dito que só o Camarada Jerónimo porque andava a ver se cozinhava uma Moçãozinha dele. Assim, o Francisquinho lá avançou destemido com o "pré-aviso".
Curiosamente, é um exercício que os próprios já vieram a público dizer que é apenas uma chalaça, uma vez que no caso de ser aprovada, com o apoio da Direita (aqui falta aquele relinchar de cavalos e trovões do Young Frankenstein) esta, nas palavras do líder parlamentar bloquista, "cairá no rídiculo"...
É por isso que não deixa de ser bastante cómico (para não dizer extraordinariamente deprimente) ler hoje no Público as declarações de João Semedo após saber-se que o CDS-PP se vai abster desta votação:
Pois é, no Bloco o pessoal é todo sério e ninguém se mete em manobras políticas rasteirinhas como o resto das crianças do Infantário de São Bento...
No final de Janeiro fui até Bruxelas em trabalho.
Não me considero nenhum "habitué" de aeroportos mas nos últimos dois anos tenho tido necessidade de passar cada vez mais tempo nos ditos, mais até do que gostaria (viajar em trabalho é das coisas mais deprimentes que podem ser feitas e rapidamente anulam o "huuu para onde é que vou desta vez" que podia haver no ínicio).
Nesta última viagem pude confirmar algo que já tinha notado noutros "regressos" e que é a excelente tradição "tuga" de criarem uma gigantesca fila a serpentear por entre as cadeiras de espera junto às portas de embarque, pelo menos meia hora antes da hora marcada para o começo do dito. E não é como se tivessem começado a chamar os VIPs ou a malta com "speedy boarding" ou la como se chama o equivalente para a TAP (neste caso), nada disso...A malta chega e planta-se atrás do último asno que está em pé e por ali fica com aquele ar triunfante...
Que raio, não é como se quando chamam para embarque, tenha tudo que sair disparado a correrem uns por cima dos outros, manga abaixo, porque não há lugares suficientes para todos...
Enfim, o que é que isto interessa? Nada de especial...mas estava aqui a organizar alguns documentos dessa viagem e lembrei-me disto outra vez...
Bem, pelos vistos, parece que o senhor se foi embora...
O país (sur)real.
Infelizmente, acho que merece a notícia copiada por inteiro. Os destaques são meus.
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