Quinta-feira, 27 de Setembro de 2012

O título é "roubado" da crónica de hoje, no DN online, de Manuel Maria Carrilho. A dita está muito bem escrita e apresenta um diagnóstico que é certeiro e que só peca por já andar a ser feito, ciclicamente, há muito tempo por comentadores/colunistas/analistas.

 

O problema não é tanto o "pensar o Mundo". Infelizmente, é verdade que por cá é um tipo de exercício raramente feito, especialmente durante períodos de crise económica e social, quando pouca gente acha que uma questão como os arremessos de secessão da Catalunha seja relevante para Portugal ou o que é que foi dito durante as sessões da Ass. Geral da ONU que decorrem esta semana.

 

Em relação à Catalunha, por exemplo, a coluna de Ferreira Fernandes de ontem foi na mouche:

 

Ela é tal a sucessão de crises que nem damos por esse facto enorme e de consequências incalculáveis que vai aqui ao lado. [...] O problema é Espanha, a amputada. Essa sabe o que perde. E nós, sabemos o que isso nos significa? O raio da dívida e do défice não nos deixam pensar em mais nada.

 

Já agora, o Bernardo Pires de Lima "pensa" regularmente o Mundo, na sua coluna também no DN, por isso...Fica a nota.

 

Mas voltando a Carrilho e à parte do "Repensar Portugal". O problema é que a parte do repensar Portugal ficou deixada para o fim (irónico, não?) e, por isso mesmo, quando queremos saber mais, o cronista já nos deixou pendurados. Passando-lhe a palavra:

 

Pensar o mundo é também o que Portugal precisa de fazer, se quisermos "dar a volta" aos seus problemas, de modo a que o futuro seja realmente diferente do passado. Portugal precisa de um novo projeto, ousado e realista, que não pode ser dirigido nem pelos lobbies habituais nem pelos cleptocratas do costume, que nos últimos anos atiraram Portugal para o indigenato europeu e para a irrelevância internacional.

 

Agora, depois do fiasco dos milagres do memorando e do fracasso das suas políticas, este projeto só pode ser concebido com Portugal de olhos postos na Europa e no mundo, valorizando a sério em termos estratégicos o nosso potencial, os nossos recursos naturais e humanos, apostando numa nova república. É essa, agora, a missão mais urgente: pensar o mundo, repensar Portugal.

 

Não constesto o valor do apelo, ou a sua sinceridade, mas em que é que isto se traduz?

 

Que "projecto ousado e realista" seria esse?

Que "nova república" seria essa?

 

O que é que isto quer dizer, concretamente?


Pode ser que volte ao assunto um destes dias...

 



Publicado por Bernardo Hourmat às 09:36 | link do post | comentar

mais sobre mim
Agosto 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
14
15
16
17

18
19
20
21
22
23
24

25
26
27
28
29
30
31


posts recentes

O fino recorte da nossa c...

O Circo

De greves e sindicatos

Se estás a ler isto, não ...

As maravilhas do "Google ...

Para citar o amigo Tolkie...

Notícias da Faixa de Gaza

Pensar o Mundo, Repensar ...

Grandes Títulos

O Mundo ao contrário

arquivos

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Abril 2013

Novembro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

tags

egipto

líbia

todas as tags

links
blogs SAPO
subscrever feeds