Esta espécie de notícia anda pela página principal do Expresso. Em resumo, conta a história de Bruno Balthazar, 18 anos, finalista do secundário com "notas máximas a Física e Matemática" e 3º lugar nas Olímpiadas Internacionais da Física. Até aqui tudo bem, mas acontece que o rapaz quer ser investigador na área da Física (o que segundo a repórter do Expresso é um "sonho pouco comum") e é a partir daqui que a "notícia" toma contornos mais estranhos. Começa logo pela interrogação feita pelo próprio Bruno:
"Quero ser investigador de Física e ninguém me ajuda. E se eu quisesse ser jogador de futebol?"
Pois...Imagino que se quisesse ser futebolista, estaria exactamente na mesma, mas tudo bem. Compreendo que é para passar a ideia do Portugal obcecado com o futebol, ideia que até partilho e que me faz bastante confusão.
Querendo o Bruno ser "investigador de Física", a ideia passa por ingressar na Universidade de Oxford, na vanguarda da investigação no sector e é para este objectivo específico que o Bruno faz o seu pedido de auxílio, já que para lá chegar deve ter que gastar este mundo e o outro, coisa que os pais não podem, infelizmente, fazer.
A repórter avança que não conseguiram "apoios em nenhuma das instituições que contactaram" ficando por saber quais e, não estando o Bruno sequer na Universidade, que tipo de apoios poderiam ser oferecidos.
Finalmente, o pai do Bruno retoma o teor futebolístico já referido, dizendo:
"Se o meu filho fosse jogador de futebol, com certeza já teria um clube, já o teriam contratado e ele já seria um grande jogador de futebol para o futuro."
Acabando de ler, fico sem saber exactamente quem e de que forma poderia ajudar o Bruno? Seriam os clubes/universidades que deveriam oferecer-lhe o curso, mediante bolsas? Mas isso é, obviamente, possível, sendo talvez uma boa ideia entrar em contacto com a FCT...Ou será que foi essa uma das "instituições" contactadas?
Seria o Estado (essa ominpotente e omnipresente entidade) que deveria pegar no Bruno e enfiá-lo em Oxford?
E porque não começar por inscrever-se na FCUL, ou no ISCTE e ver como correm as coisas? A partir daí será mais fácil arranjar uma Bolsa...
Logo a seguir e atendendo às suas capacidades fora da média, será relativamente fácil fazer-se nota no curso e chamar a atenção de Professores que poderão ficar de olho nele e, de futuro, convidá-lo para investigação.
Quem sabe se, ainda mais tarde, não poderá ir fazer o Mestrado ou o Doutoramento a Londres...?
Mas que raio, ainda agora acabou o secundário e já está a chorar a dizer que não vai conseguir fazer carreira na Física?
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